Doença ocular geralmente provocada pelo aumento da pressão dentro do olho, o glaucoma ocorre por causa da produção acima do normal de um líquido chamado humor aquoso (líquido interno do olho) ou, mais frequentemente, porque o escoamento desse líquido está diminuído pelo organismo. De acordo com o oftalmologista Mário Ursulino do Hospital de Olhos de Sergipe, essa produção elevada ou falta de escoamento para o humor aquoso pode pressionar (afetar) o nervo óptico e causar a cegueira.
“O glaucoma não é contagioso, não ameaça a vida e, se for precocemente diagnosticado e tratado, raramente leva a cegueira. Embora não possa ser curado, pode ser, na maioria dos casos, controlado”, explica o médico.
O tratamento que é preciso ser feito ao longo da vida é a prevenção, impedindo que a doença se desenvolva, através do controle da pressão intra-ocular, já que não é possível trazer de volta a visão perdida causada pelo glaucoma. Assim como outras doenças oculares, quanto mais cedo diagnosticado, mais chances de sucesso no tratamento, por isso, é tão importante o acompanhamento oftalmológico regular, principalmente por se tratar de uma doença silenciosa, que geralmente no início não apresenta sintomas, e progride lentamente sem que o paciente se dê conta da perda gradual da visão lateral.
De acordo com o especialista, o ideal é que o portador de glaucoma faça acompanhamento oftalmológico no mínimo a cada seis meses. Além dos medicamentos e das cirurgias convencionais já realizadas, um novo laser cirúrgico para glaucoma está disponível no Hospital de Olhos de Sergipe (HOS), sendo o 3º aparelho instalado no Brasil e o único em Sergipe.
“As cirurgias tradicionais de glaucoma atuam na tentativa de melhorar o escoamento do líquido interno do olho (humor aquoso), que se não escoado adequadamente é responsável pelo aumento da pressão intra-ocular. Em boa parte do pós-operatório destas técnicas, o organismo do paciente acaba cicatrizando o novo escoamento e perdendo o efeito da cirurgia. Esse novo laser chamado endociclofotocoagulador atua na diminuição da produção do líquido interno do olho, eliminando parte da produção”, acrescentou.
Com isso, o resultado geralmente é mais duradouro e eficiente. Ele ressalta, ainda, que essa nova tecnologia só pode ser usada quando o paciente com glaucoma já foi operado de catarata ou quando vai ser operado simultaneamente de catarata e glaucoma, para maior segurança do resultado. A grande vantagem, para o médico e para o paciente, é que o pós-operatório é mais simples. “Antes o paciente tinha que voltar três vezes por semana para revisão, com o laser três a quatro vezes por mês já são suficientes. Isso porque é mais simples, é uma cirurgia sem pontos e com anestesia local”, continuou. A cirurgia a laser para glaucoma é um método inovador, que traz mais segurança e estabilidade para pacientes glaucomatosos. “O procedimento é menos traumático do que a cirurgia tradicional.
CAUSAS
Uma das causas do glaucoma pode ser congênita (raro), primário ou secundário a outra doença. Porém, são fatores de risco para a doença, ou seja, é mais incidente nas pessoas que têm: idade acima de 40 anos, portadores de diabetes ou hipertensão arterial, possuem histórico de glaucoma na família, usam por muito tempo esteróides (corticóides) e portadores de miopia ou outras doenças oculares. Sendo que pessoas de raça negra ou descendentes asiáticos têm maior predisposição para a doença.
Vantagens da nova cirurgia a laser
- Não há necessidade de pontos, diminuindo significativamente os incômodos pós-operatórios
- Pós-operatório mais rápido e seguro
- Resultado a longo prazo com melhor eficiência
- Tempo cirúrgico otimizado, já que o tratamento é a laser
- Maior controle da pressão intra-ocular a longo prazo
- Mais estabilidade do que as cirurgias tradicionais